segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

REFLEXÃO SOBRE AS ELEIÇÕES 2008



Faço chegar aos lutadores (as) do semi-árido a leitura resumida que encaminhei a nível de semi-árido brasileiro(11 estados) sobre as eleições 2008. Segue abaixo minha humilde reflexão:

Não só na minha região, mas em todo o estado e, avalio que no Brasil como um todo, com raríssimas exceções, as eleições 2008 não passou da mesmice, com vitória esmagadora da direita e derrota gigantesca da esquerda.

Foi uma eleição a moda neoliberal, pragmática, endinheirada, corrupta, despolitizada e voltada pra um discurso gerencial, administrativo, obreiro, negando princípios, valores e com total ausência de projetos políticos que assumam compromissos com uma nova realidade pautada na justiça, igualdade e sustentabilidade, que priorizasse os anseios populares e participação orgânica dos trabalhadores (as) na gestão pública municipal.

Os grandes vitoriosos aqui e em todo brasil foi a base direitista do governo federal, incluindo o PT que abandonou a militância e agora contratam exércitos de cabos eleitorais, utilizando-se da mesma prática política dos caciques, coronéis e oligarquias,que alías, são seus aliados. Em todo o Brasil o governo lula e o PT ajudarão a eleger e revitalizar forças políticas conservadoras, retrógadas e a serviço do velho e assino modelo, tão denunciado antes pelo próprio PT.

O modo capitalista de produção que promove violência, crises econômicas e injustiças sociais aqui e em todo lugar sai fortalecido com as eleições municipais apesar da atual crise financeira mundial onde mostra o fracasso da lógica do livre mercado. Os prefeitos eleitos somarão com os governos estaduais e federal no corte de recursos para os setores da educação, saúde, meio ambiente, moradia, reforma agrária, agricultura familiar...etc e, justificarão a necessidade destes cortes, inclusive para o setor produtivo dos trabalhadores(as) para atender e salvar banco falido e todo sistema financeiro. Quem têm dúvida e pensa o contrário se manifeste?

Independentemente do resultado eleitoral, os movimento sociais brasileiros precisam retomar os trabalhos de base para organizar e elevar o nível de consciência social, política e cultural do nosso povo, formando militantes e quadros em todos os movimentos para as longas jornadas e tarefas que virão. No cotidiano das caminhadas precisamos recuperar os valores da prática política que fazem parte da luta histórica dos trabalhadores, como a solidariedade, companheirismo, o espírito de sacrifício, amor ao estudo e dedicação ao povo. Só será possível retomar os processos de mobilização e luta social se formos capazes de construir espaços de lutas unitários, que articulem experiência e intercâmbio de conhecimentos, e respeito às diversidades.

Neste contexto, há um debate dentro dos movimentos sociais sobre os rumos que deveremos tomar. Uma leitura aponta para o esgotamento da chamada democracia representativa, que devemos conquistar a democracia direta e participativa, com a convicção de que as eleições e o voto, por si só, não mudam a vida do povo, e que o poder institucional estatal é incapaz de realizar as reformas necessárias. Neste sentido, a tarefa maior é organizar o movimento popular, realizar formação política e buscar autonomia dos movimentos sociais frente aos partidos e ao governo. Uma outra visão entende que é ilusório fazer as transformações que desejamos sem participar das lutas institucionais, do calendário eleitoral e da ocupação de espaços junto ao poder. Este posicionamento afirma que não é possível um outro mundo sem o papel do Estado, do poder e da representação política. Este é um dilema de concepção e de rumo que os movimentos sociais precisam resolver, sem, no entanto, abdicarem da resistência à mundialização neoliberal.

Abraços Ecossocialista

Autor do Texto: Procópio Lucena

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

BERADEIRO DE CARNAUBAIS É DESTAQUE EM SÃO PAULO


CEAGESP e SINCAESP comemoram centenário da imigração japonesa
Deputado Walter Ihoshi foi um dos convidados de honra do evento
A CEAGESP e o SINCAESP " Sindicato dos Comerciantes Atacadistas do Estado de São Paulo realizaram, nos dias 20 e 21 de setembro, no Entreposto da Capital, uma festa em comemoração ao centenário da imigração japonesa no Brasil. Na ocasião, os organizadores do evento homenagearam com placas de prata comerciantes e produtores agrícolas da colônia japonesa que construíram a história do setor. O deputado federal Walter Ihoshi foi um dos convidados de honra do evento.

O presidente da CEAGESP, Rubens Boffino, ressaltou que a colônia japonesa participou decisivamente do desenvolvimento da agricultura e do abastecimento no País. "A CEAGESP, em particular, deve muito ao trabalho, à disciplina e à preocupação com o a qualidade dos alimentos de pioneiros que, nos anos 60, iniciaram no entreposto suas atividades, depositaram aqui suas esperanças e tiraram o sustento para suas famílias. Hoje, a colônia, que hoje representa 30% dos comerciantes dos Entrepostos da Capital, traz um exemplo raro de integração com os brasileiros, assimilando hábitos e costumes da nossa terra".

Já o presidente do SINCAESP, ROBSON CORINGA, ressaltou que Brasil e Japão celebram a aliança de dois países que se uniram com culturas diferentes, mas com laços muito fortes. "E os dois se beneficiaram com a imigração. Nós oferecemos a possibilidade de um recomeço e os japoneses nos trouxeram sua cultura, marcada pela honestidade, disciplina, determinação e trabalho", disse.

O deputado Walter Ihoshi também se pronunciou, parabenizando a todos os produtores, fornecedores e comerciantes, sobretudo aos nipo-brasileiros, pelo excelente trabalho realizado, diariamente, durante todos esses anos.

Apresentações de dança, de tambores, de artes marciais, shows de cantores, karaokê foram algumas das atrações que encantaram o público presente durante todo o final de semana.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

SERIDÓNISMO


Gostaria de ser do Seridó pelo menos não seria um caduco cultivador da poética varzeana.
Gostaria de ser do Seridó com muito atrevimento, dizer aos sedentos desta procela agropecuarista que, o chão vai ficar preto se não cessarem a morte do bioma caatinga.
Gostaria de ser do Seridó desses bem metido a besta, chamar de nação com muito orgulho o meu chão de aluviões que adentra as carnaúbas.
Gostaria de ser do Seridó como foi meu avô e minha avó, erguer as mãos com a bandeira como faz os ambientalistas.
Gostaria de ser do Seridó, ser o protótipo de Procópio Lucena, ter na identidade a fotografia sertaneja, ser brocoió, ser de peia, do mato, do matulão, das minas, das cabroeiras, do Royal Cinema tocada na Praça de Jardim pela banda de Cruzeta.
Gostaria de ser do Seridó, ser uma gota serena, seriema, caatingueira, jurema e pau de angico, sem ter medo de salgar o próprio couro, manta de bode pendurada num galho de cajazeira.
Gostaria de ser do Seridó e cantar feito gavião peneira na cumeeira da Serra de Santana.
Gostaria de ser do Seridó e ser da gema, protegido pela santa padroeira.
Gostaria de ser do Seridó, ou melhor, vaqueiro dos pés rachados lá das malocas de Parelhas.
Gostaria de ser do Seridó desses que macho nenhum bota boneco, a não ser as donzelas das ruas de São José.
Gostaria de ser, mas o que seria se não fosse das terras da poesia.
Eu seria com certeza defensor de toda beleza das serras do Caicó.

Zelito Coringa – 05/06/08