sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ZÉ BEMBÉM

ZÉ BEMBÉM

José Nunes Freire, centenário patriarca, falecido a 23 de agosto de 2008, com 106 anos de idade, em plena fase composição deste trabalho, casado com D. Marfisa Roque, falecida, teve apenas uma filha chamada Maria Diomar, que atendia por Mariinha, não era apenas a filha única mas a menina dos olhos de seu pai. Casou-se com Chico de Tomé Priquito. Foi vaqueiro de alguns ricaços das Pendências, inclusive de Luiz Gonzaga, um dos mais significativos povoadores de Pendência de Baixo, proprietário rural e criador de gado na região.
Além de vaqueiro, Zé Bembém tocava viola e arranhava improvisos, parte da literatura nordestina que chamaram mais tarde de “cordel”, e, sem maiores penetrações, decorava e cantava para as platéias domésticas, obras-primas do cancioneiro popular, como os romances do Pavão Misterioso, Pedrinho e Julinha, Cancão de Fogo, Coco Verde e Melancia, enfim, os mais conhecidos e as mais brilhantes obras da literatura do nosso Nordeste.
Acabou sendo ministro coadjuvante da capela de Nossa Senhora de Fátima, em Pendência de Cima, que ajudou a construir e a instalar, em tempos de Padre Teobaldo. Mais tarde, com a chegada de Padre José Luiz, adiante apresentado, constituiu-se, por disponibilidade, auxiliar direto da administração quando a Casa Paroquial foi transferida para Pendência de Cima, ali mesmo atrás da capela de Nossa Senhora de Fátima, em seguida com a criação dos Ministros, recolhidos do laicato, já em épocas de João XXIII, foi nomeado por Pe. Zé Luiz o primeiro ministro coadjuvante das ações e dos rituais religiosos. Assimilava com inusitada rapidez a aplicação dos rituais em que lhe era dado funcionar, e acabava casando e batizando, dentro de um conceito de respeito, de severidade e de religiosidade que, inteligente, ministrava e administrava os ritos e as atividades que lhe eram atribuídas. Posteriormente, esse ministério se expandiu e outras pessoas da comunidade foram admitidas.
Pendênciade Cima é a única comunidade da região que viveu mais de 50 anos sem qualquer ocorrência policial. Não se credite isso a uma população passiva, sem altivez, sem brios. Ocorre que havia lideranças na comunidade que se encarregavam de manter a ordem e a harmonia entre as famílias, evitando conflitos, desavenças, desacordos. Essas lideranças se chamavam Nezinho Carlos, Joaquim de Melo e Zé Bembém que chamavam os litigantes e os convencia ao acordo, excluindo a desarmonia de sua convivência. Enquanto essas lkideranças conduziram os habitantes, Pendência de Cima foi o exemplo de unidade, de união e de paz que se conhjeceu.